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Experimente uma polenta deliciosamente leve, feita de abóbora

Maria Cecília Corsi

11/01/2018 04h03

Foto: Fernando Moraes

Uma vez uma paciente revelou que tinha uma meta: polenta! Na mesma hora, arregalei os olhos sem entender nada. Ela me explicou que gostaria de emagrecer para ser liberada para voltar a comer o prato, que adorava, até por ser de origem italiana. E quebrei um pouco a cabeça para atender esse desejo.

Isso porque o importante não é apenas emagrecer, mas a forma como você emagrece. Não existe manutenção do novo peso se você deixa de ajustar os seus hábitos alimentares durante o processo de reeducação. Ou seja, se minha paciente fosse se esbaldar de polenta depois… Melhor que a receita fosse introduzida, em uma versão mais saudável, o quanto antes.

E isso vale para você também, se está empenhada na reeducação alimentar por algum motivo. Tente sempre adaptar as receitas de que gosta muito.  A falta de prazer é uma das maiores responsáveis pela desistência. Sem contar que, no caso específico, a polenta fazia parte de uma memória afetiva. E a comida sempre precisa trazer uma pitada desse conforto. É a confort food.

Como sempre, testei várias combinações de ingredientes e, na polenta, a abóbora ganhou. Primeiro, pela cor, próxima da polenta propriamente dita. Sem contar que sua textura e cremosidade fazem com que eu não precise usar gordura na preparação da polenta, e sim na hora de servir preservando de todos os benefícios e o sabor do azeite.

POLENTA LEVE DE ABÓBORA

Esta receita rende 6 porções, com valor aproximado de 67 calorias cada e você precisará de 45 minutos de preparo.

Ingredientes 

Foto: Fernando Moraes

* 250 gramas de abóbora cabotiá

* 1 cebola bem picadinha

* 1 xícara de chá de salsinha picada

  • 1 xícara de polenta instantânea
  • Azeite extra-virgem, opcional, para temperar no final

Modo de preparo

  1. Cozinhe a abóbora em 3 xícaras de chá de água, a cebola e a salsinha.
  2. Quando estiver cozida e bem macia, retire da água, mas reserve esse líquido. Amasse bastante a abóbora com um garfo.
  3. Em uma panela, misture a polenta com 1 xícara de  chá água e mais 2 xícaras de chá do caldo do cozimento da abóbora. Mexa sem parar, de preferência com o fuê, aquele batedor de mão, para que dissolva bem. E só então leve ao fogo alto.
  4. Aqueceu? Está quase fervendo? Então abaixe a chama e deixe cozinhar nesse fogo baixo por cerca de 10 minutos.
  5. No minuto final desse cozimento, vá acrescentando a abóbora amassada aos pontos. Mexa sem parar para que dê o ponto e, se necessário, coloque um pingo a mais da água do cozimento reservada.
  6. Na hora de servir, derrame um fio de azeite em cada porção e cubra com o molho de sua preferência. Por exemplo, um ragu de tomate.

Foto: Fernando Moraes

APROVEITE TODAS AS POSSIBILIDADES DE SABORES

  • Não, eu não coloquei sal. A maior graça é sentir o toque levemente adocicado da abóbora. Ele vai criar um contraste, inclusive, com o molho.
  • Regus vegetarianos ficam maravilhosos aqui. Além do clássico molho de tomate, essa polenta combina incrivelmente bem com um refogado de cogumelos. E, ainda, eu a testei com beringela picadinha, bem temperada, com um pouco de manjericão por cima. Acredite: o sabor quase picante da beringela faz um ótimo contraste com a doçura da abóbora.
  • Quer algo mais pesado? Como a polenta em si já está mais leve, você pode se dar ao luxo de cozinhar erva-doce com uma linguiça de frango picada(sem exagero!)
  • Sirva pura, por que não? Ao lado de um frango assado no suco de laranja, o resultado é maravilhoso. E você pode criar muito mais! É o que espero de você, aliás.

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Sobre a autora

Nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo, ao trabalhar em hospitais Maria Cecilia Corsi já percebia certa dificuldade na hora de preparar uma comida saborosa para quem sofria alguma restrição. E resolveu colocar um fim nessa história quando notou que, mesmo em situações mais banais, como as de pessoas que precisavam perder apenas 4 ou 5 quilos, era complicado montar um cardápio sem mesmice. Daí, em 1995, viajou para Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, para estudar maneiras de ajustar o melhor da gastronomia à dieta saudável. E trouxe na bagagem de volta uma série de truques. De lá para cá, inventou outros tantos, é bem verdade… Não gosta de dizer que faz pratos light nem diet. Define sua cozinha como moderna e atual (“Porque hoje todo mundo quer uma vida saudável”).

Sobre o blog

Toda semana, Maria Cecília ensina uma receita por aqui. Mas não dá só o passo a passo. Ela conta os bastidores de sua criação culinária. Por exemplo, divide com você como ela consegue emagrecer ingredientes “gordos”, tirar o sal de um molho sem que alguém sinta falta dele, criar doces para diabéticos de dar água na boca e muito mais. A ideia é que você não só prepare o prato ensinado em sua casa, mas se sinta inspirado para modificar as receitas do seu próprio caderno de família, a fim de que se tornem bem mais equilibradas.

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